Apenas nas universidades privadas do estado de São Paulo, cerca de 500 mil estudantes estão com as mensalidades atrasadas, um total de 23%, que são ameaçados de expulsão pelas reitorias a todo o momento.Além do desmantelamento do ensino público brasileiro e seu nível de privatização (que já chega à casa dos 88%), e a exclusão de 99% da população nas universidades, os estudantes que ainda têm um acesso ao ensino superior têm que conviver com as altas mensalidades, resultando em que apenas neste ano, segundo cálculos dos sindicatos dos estabelecimentos de ensino particular, a inadimplência aumentou e já atinge 23% dos estudantes, chegando à casa dos 500 mil.
Dados do Semesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo) mostram que o índice vinha caindo desde 2002, mas voltou a subir em 2005, atribuindo a este aumento o arrocho salarial dos diversos setores da classe média, principalmente do funcionalismo público.
Estudos do DIEESE assinalam que ao mesmo tempo em que a renda da população tem caído, aumentaram abusivamente o valor das mensalidades no início do ano, principalmente das instituições de ensino superior, contribuindo assim para o crescimento da inadimplência, e a tendência é que, em 2006, as mensalidades tenham mais um reajuste de 8% a 15%.
A inadimplência encontra terreno fértil na própria legislação, que define que as faculdades só podem cobrar judicialmente os devedores depois de 90 dias de atraso. De acordo com a Lei 9.870/99, que regula o ensino privado, as faculdades não podem imprimir nenhum tipo de sanção ao aluno, sendo proibida a retenção de diplomas ou qualquer outro tipo de documento, independentemente da quantidade de mensalidades em atraso.Apenas na PUC-SP aumentaram cerca de 300%, a exclusão dos estudantes inadimplentes que são impedidos de efetuarem a rematrícula, as implementações das catracas eletrônicas, a falta de liberdade de organização e expressão nas universidades privadas, levou em todo país à mobilizações estudantis contra estes ataques, implementados pelos tubarões de ensino, parasitas da educação, que têm como único objetivo explorar a educação e transformar as universidades em fábricas de diplomas.
Para barrar todos os ataques dos empresários da educação, é necessário que os estudantes de todas as universidades unifiquem a sua mobilização, ampliando a luta. É necessária a unidade em torno das principais reivindicações dos estudantes de universidades privadas, a redução imediata das mensalidades e a luta contra a exclusão dos estudantes inadimplentes.
Para pôr em prática a unificação das mobilizações faz-se necessário organizar os comitês contra a exclusão dos inadimplentes em cada faculdade, numa luta em comum de todos estudantes das universidades privadas contra o ensino pago.
FONTE: Causa Operária On Line, Educação.10 de dezembro de 2005.
5 comentários:
Pois é...
Isto porque as universidades particulares são sociedades sem fins lucrativos!!
Imagina se não fossem...
O governo nao garante acesso a todos que querem cursar o nivel superior, dando margem para as EMPRESAS QUE SE DECLARAM SEM FINS LUCRATIVOS ganhar e ganhar muito em nossas costas, estou a 1 e 6 meses fazendo acordos para que eu consiga manter-me na faculdade, agora, querem receber o valor de uma só vez e se recusam a qualquer tipo de acordo. E A LEI ESTA DO LADO DELES
Vamos ser justos, se você não pagar seu carro ou casa, você tem o direito de ficar com os bens? Não! Então por que eu tenho que continuar oferendo meus serviços educacionais aos inadimplentes?
Quando um consumidor acha que não pode pagar um Honda por exemplo ele compra um Gol. Deve-se analisar da mesma forma. Se não tem condições de comprar (pagar) uma faculdade, então compre um curso profissionalizante até ter condições para pagar uma faculdade.
Estas instituições sem fins "lucrativos" se realmente pensassem na educação e nos problemas socias, não determinariam preços tao exorbitantes em suas mensalidades....são sim, é um grupo de mercenários que só pensam em lucro!!!!! e nada mais.
Estas instituições sem fins "lucrativos" se realmente pensassem na educação e nos problemas socias, não determinariam preços tao exorbitantes em suas mensalidades....são sim, é um grupo de mercenários que só pensam em lucro!!!!! e nada mais.
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