quarta-feira, agosto 22, 2012

Brizola e os muito Pinheirinhos




Leonel Brizola estaria completando neste mês noventa anos de uma trajetória ímpar no cenário político governamental, nacional e mesmo da Esquerda latino – mericana. Cito como recordação importante apenas uma de suas muitas medidas enquanto governador do Rio Grande do Sul – a reforma agrária no Banhado do Colégio.

Ademais, lembro-me de sua atuação firme na promoção de justiça social quando distribuiu lotes de terra e os legalizou dando o título de propriedade aos moradores das favelas Fluminenses.

É triste constatar que quando este grande líder estaria fazendo mais um aniversário de luta, nosso povo ainda padece, sem – terra e sem – teto, nos muitos “Pinheirinhos” que ainda resistem no nosso Brasil.

É muito triste notar que em pleno século XXI a forma de lidar com as questões sociais ainda seja pensada pela elite e alguns governantes através do mero uso da força. No caso “Pinheirinho”, a Polícia Militar foi utilizada numa ação terrorista, que ao contrário do que manda a Lei, isto é, garantir a ordem, a ação levou terror a uma população indefesa.

Reprimir e massacrar centenas de famílias pobres que construíram uma comunidade, que cresceu por conta da total leniência do poder constituído é um erro. Durante as campanhas eleitorais aquela comunidade pobre é palco de uma série de promessas mentirosas. E aí, quando a população mais precisa de auxilio o governo mostra a força do seu tacape eivado de interesses imobiliários e ensina que sua negligência em resolver as questões sociais se mostra eficiência quando o objetivo é reprimir.  

Cada exército funciona a imagem e semelhança de seu general, no caso a truculência e a covardia, mostraram como pensa e como manda agir o governo paulista que comanda aquele efetivo da polícia militar empregado na desocupação.

Não desejo ser piegas ou mesmo repetitivo, mas até quando permitiremos cenas lastimáveis como as que aconteceram no Pinheirinho. A consciência nacional deve ser evocada! Os organismos nacionais e internacionais de Direitos Humanos devem agir com vigor. As cenas que vi lembraram os massacres do lamentável “Apartheid” Sul-africano. Triste! Terrível! 

Brizola foi sensato e capaz ao tratar das questões sociais. Ao invés de repressão, tiros, bombas e violência, os governantes do século presente deveriam olhar para trás e aprender um pouco como este grande líder nacional e da esquerda brasileira.

*Everton Gomes, Mestre em Ciência Política e Bacharel, Bacharel em Direito e estudante do Curso de Especialização em Segurança Pública, Cultura e Cidadania da UFRJ.

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