Leonel Brizola estaria completando
neste mês noventa anos de uma trajetória ímpar no cenário político governamental,
nacional e mesmo da Esquerda latino – mericana. Cito como recordação
importante apenas uma de suas muitas medidas enquanto governador do Rio Grande
do Sul – a reforma agrária no Banhado do Colégio.
Ademais, lembro-me de sua
atuação firme na promoção de justiça social quando distribuiu lotes de terra e
os legalizou dando o título de propriedade aos moradores das favelas
Fluminenses.
É triste constatar que quando este
grande líder estaria fazendo mais um aniversário de luta, nosso povo ainda
padece, sem – terra e sem – teto, nos muitos “Pinheirinhos” que ainda resistem
no nosso Brasil.
É muito triste notar que em pleno
século XXI a forma de lidar com as questões sociais ainda seja pensada pela
elite e alguns governantes através do mero uso da força. No caso “Pinheirinho”,
a Polícia Militar foi utilizada numa ação terrorista, que ao contrário do que
manda a Lei, isto é, garantir a ordem, a ação levou terror a uma população
indefesa.
Reprimir e massacrar centenas de
famílias pobres que construíram uma comunidade, que cresceu por conta da total
leniência do poder constituído é um erro. Durante as campanhas eleitorais
aquela comunidade pobre é palco de uma série de promessas mentirosas. E aí,
quando a população mais precisa de auxilio o governo mostra a força do seu
tacape eivado de interesses imobiliários e ensina que sua negligência em
resolver as questões sociais se mostra eficiência quando o objetivo é reprimir.
Cada exército funciona a imagem e
semelhança de seu general, no caso a truculência e a covardia, mostraram como
pensa e como manda agir o governo paulista que comanda aquele efetivo da
polícia militar empregado na desocupação.
Não desejo
ser piegas ou mesmo repetitivo, mas até quando permitiremos cenas lastimáveis
como as que aconteceram no Pinheirinho. A consciência nacional deve ser
evocada! Os organismos nacionais e internacionais de Direitos Humanos devem
agir com vigor. As cenas que vi lembraram os massacres do lamentável
“Apartheid” Sul-africano. Triste! Terrível!
Brizola foi
sensato e capaz ao tratar das questões sociais. Ao invés de repressão, tiros,
bombas e violência, os governantes do século presente deveriam olhar para trás
e aprender um pouco como este grande líder nacional e da esquerda brasileira.
*Everton
Gomes, Mestre em Ciência Política e Bacharel, Bacharel em Direito e estudante
do Curso de Especialização em Segurança Pública, Cultura e Cidadania da UFRJ.
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